10/02/2009

SAUDOSAS BOLACHAS _ 12

A MÙSICA INSTRUMENTAL MODERNA

Em 1970 a música instrumental brasileira entrava num novo periodo de sua modernidade conquistada com os trios de Jazz Samba nos anos 60.

Aqui neste dois exemplos temos uma das primeiras aventuras do pianista Egberto Gismonti

e a surpreendente colaboração de uma nação vizinha, com o debute de um talentoso violonista.



EGBERTO GISMONTI

“SONHO 70” (1970)

Em 1970, Egberto Gismonti tinha 23 anos de idade. Músico multinstrumentista, frequentara Conservatários desde a infância em Carmo, RJ, onde além do piano aprendera a tocar cravo, flauta e clarinete. Em 68 participou do Festival da Globo com “Sonho” e obteve sucesso com a crítica. No mesmo ano seguiu para a França para completar seus estudos musicais. Lá estudou com Jean Barraque (um dos papas da dodecafonia) e com Nadia Boulanger.

Voltando ao Brasil em 69 lança seu primeiro disco com forte influência da Bossa Nova, da Toada e modas regionais.

Entre cantar e se tornar o instrumentista que na segunda parte dos anos 70 desaguaria em vários e sucessivos discos; Egberto levou alguns anos.

Em 70 ele lançou “Sonho 70”,um disco que mostra esta transição do estilo que Egberto no futuro adotaria.
“Sonho 70” é um disco com arranjos orquestrais arrojados e estruturados de forma jazzistica. Violão caudulento, voz suave, músicas suaves com passagens mais potentes e normalmente, quando cantadas num tom delicado e baixo.

Nuâncias e modernidade. O disco “Sonho 70” é um marco de uma carreira e ao mesmo tempo um retrato curioso da possibilidade musical que o Brasil obtinha, como neste caso, através de um grande talento no ano de 1970.


Escutem “Pêndulo” (Egberto Gismonti) uma das belas músicas de “Sonho 70”.





AUGUSTIN PEREYRA LUCENA
AUGUSTIN PEREYRA LUCENA (1970
)

Quando a Bossa Nova surgiu no fim dos anos 50 e eclodiu pelos anos 60 no Brasil e em terras estrangeiras; teve dia em que suas ondas avançaram pelas planícies platinas de Buenos Aires e foram bailar na terra do tango.
De lá, um violinista jovem, quieto e talentoso se pôs a tocar bossas nos bares; e tudo o mais que reluzia em seu repertório era nada, senão musica “brasilena”.
O fato poderia ser inusitado. Mas o fato eh que Augustin Pereyra Lucena tocava música brasileira com bastante domínio e entrega, produzindo uma sonoridade moderna , envolvente e com requinte jazzistico .
Em 1970, Augustin deu à luz do mundo o seu primeiro album intitulado com seu nome e que trazia 10 canções, sendo uma de sua autoria e o restante de compositores brasileiros :
O astronauta (Baden Powell - Vinicius de Moraes) / Tristeza de nós dois (Mauricio Einhorn - Durval Ferreira - Bebeto)/ Chuva (Pedro Camargo - Durval Ferreira)/ Tema para Martín (J. Demonte)/ Consolação (Baden Powell - Vinicius de Moraes)/ Canto de Ossanha (Baden Powell - Vinicius de Moraes)/ Pro Forma (Mauricio Einhorn - Arnaldo Costa) /Samba do Avião (A. Carlos Jobim) /Niña no divagues (A. y F. Pereyra Lucena) e Berimbau (Baden Powell - Vinicius de Moraes)
Um marco argentino, com muita bossa, na musica brasileira no ano de 1970.


Escute “Berimbau”(Baden Powell) com Augustin Pereyra Lucena.


3 comentários:

Anônimo disse...

Grande!
Querido e sensivel amigo
Paul!

bjus
Fernando

Anônimo disse...

'sonho 70' é totalmente pirante!
e ainda tem os vocais de dulce nunes :))
escuto em casa, no vinilzão.
beijos gismontianos
monica

Paul Constantinides disse...

q beleza monica
eu tenho uma vitrola aqui, mas deixei meus vinis no Brasil.
a maioria dos vinis q tenho aqui, consegui em sebos, os emoldurei e coloco alguns na parede (04 dos Beatles, dos anos 60). Tem uma amiga minha aqui q tem um vinil do Noel Rosa e faz a mesma coisa.

beijos paulatinos
paul