30/06/2010

saudosas bolachas (12/1973)

Um momento Jazzistico Brasileiro em 73.


AZIMUTH
O FABULOSO FITTIPALDI
TRILHA SONORA DO FILME (1973)

O Azimuth é a reunião de três músicos que tocavam na cervejaria Canecão no inicio dos anos 70. Alex Malheiros (baixo) tocava num grupo de Bossa Nova, Mamão Conti (bateria) num grupo pró jovem guarda, o Youngters e Zé Roberto Bertrami (teclados) um amigo e admirador do talento dos dois que vivia um surto criativo no momento, compondo e fazendo arranjos.
O trio atuou, inicialmente, fazendo arranjos em estúdios para Raul Seixas, Tim Maia, MPB-4, Marcos Valle entre outros, na gravadora Phillips.
O nome Azimuth surgiu durante a sessão de gravação da trilha sonora do “Fabuloso Fittipaldi”, sugestão dada pelo compositor Paulo Sergio Valle que juntamente com seu irmão Marcos Valle faziam parte da gravação de das composições da trilha sonora.
Este album traz o primeiro registro dos músicos como um trio.
A partir deste album vieram os albums autorais do trio que trouxeram a consolidação deles como uma vertente da musica jazzy-eletrônica no Brasil.
Escutem:

“Acidente”(Marcos Valle)

“Virabrequim”(Marcos Valle)





ZIMBO TRIO
OPUS POP N.2 (1973)


O Zimbo Trio é um dos trios surgidos na vertente do movimento de trios no início dos anos 60. Surgiu em São Paulo em 64, trazendo Luiz Chaves, baixo, Rubens Barsotti, bateria e Amilton Godoy, no piano.
Notadamente estilista e sintético. O Zimbo Trio consagrousse por seu toque pianistico graças a formação erudita de Amilton Godoy. O grupo se tormou bastante popular quando tornaram-se acompanhantes fixos do programa Fino da Bossa (apresentados por Elis Regina e Jair Rodrigues) na TV Record a partir de 65.
Em 73 o trio já havia gravado 13 albums e acompanhado diversos músicos em outros.
O Zimbo vinha de uma formula bem sucedida de ter gravado em 72 um album com versões bossa-novisticas de peças da musica clássica.
Neste ano repetem a formula com avanços na produção e nos arranjos.
Um disco bem jazzy com retoque brasileiro.

Festa no Sertão (Villa-Lobos)

Largo (Johann Sebastian Bach)


MOACYR SILVA E ED LINCOLN
MUCHACHO NAS BOCAS UM SAX MUITO LOUCO (1973)

Moacyr Silva (1940-2002) foi um expressivo saxofonista e produtor musical, que devido a fatores raciais, econômicos e culturais, passou muito tempo de sua carreira na sombra de um pseudonimo Bob Flemimg.
Nos discos de Moacyr Silva a verve jazzística fluiu sempre solta e leve no seu saxofone. Pura lava lassiva inundando os ouvidos apaixonados.
Ed Linconl (Fortaleza, 1931) contrabaixista, tecladista, compositor, arranjador e produtor musical que chegou ao Rio de Janeiro em 51 e iniciou sua carreira tocando baixo na noite carioca tocando com feras como Luiz Eça e Dick Farney.
Nos anos 60 se apaixounou pelo órgão elétrico e se tornou um tipo de referência pop musical deste instrumento no cenário da musica brasileira.
Em 73, Ed e Moacyr se reuniram para gravar um disco de gravadora, uma seleção de sucessos do período em versões instrumentais com arranjos de um saxofonista inspirado e um tecladista multi elétrico. O resultado arrepiante me faz perguntar porque hoje não se investe mais neste tipo de produção.

“Tem Capoeira”

“ Esperancas Perdidas”



MARIO CASTRO NEVES
BRAZILIAN MOOD (1973)

Mario Castro Neves (Rio de Janeiro, 1935) tecladista e arranjador ,primogênito de uma familia com tradição musical. Na infância aprendeu o teclado e em 55 formava um quinteto com seu irmão Oscar, “Os Modernos”. Mario se aproximou no fim dos anos 50 de Ronaldo Boscoli e tocou em vários momentos dos primeiros eventos públicos da Bossa Nova, como o Primeiro Festival de Samba-Session, em 59 no Anfiteatro da Faculdade Nacional de Arquitetura do Rio de Janeiro.
Entre 60 abandona o cenário musical para dedicar-se a uma carreira de químico e casar-se. Em 65 vai ao Beco das Garrafas ver a apresentação do Copa Trio onde tocava o baixista Gusmão (ex-Os Modernos). Aceitando convite do amigo sobe ao palco para uma canja no piano. Desde então volta a se dedicar a musica formando um novo quinteto nos moldes do grupo de Sergio Mendes e do Conjunto 3D, o “Samba S.A.”.
Em 69 o grupo se extingue e Mario acompanha Elza Soares por uma turnê pela Europa que resultou na sua mudança para a Inglaterra. Lá ele formou uma pequena orquesta de sopro e percurssão e grava o “Brazilian Mood” um peça jazzy-brasileira gravada longe dos trópicos.

Xaxado Blues (Mario Castro Neves)

Macumba Mood (Mario Castro Neves)

7 comentários:

Érico Cordeiro disse...

Mestre Paul, o incansável.
O baú do tesouro do Muza é realmente surpreendente. Confesso que não conheço nenhum dos quatro discos, fiquei curioso. A versão de Esperanças perdidas, clássico do repertório dos Originais do Samba (outra sugestão para uma postagem), ficou bem bacanuda.
Muito legal também o Azimuth, ccom uma pegada funk de primeira. Até o Zimbo Trio, quem diria, entrou na onda, fazendo um som tipo "Banda Black Rio". Muito bom mesmo, meu caro arqueólogo da MPB.
Valeu!

Paul Constantinides disse...

valeu a visita grande Erico.
73 realmente tem gravações marcantes e exictantes.
abs
paul

Anônimo disse...

Wow!!!!!

Anônimo disse...

Wow!!!!!

pituco disse...

grande paul,

faz tempo que não aporto por teu rincão virtual...sempre atualizado e bacanudo...

e encontro essas jóias...eu já conhecia a estória do mário castro neves, inclusive por causa de uma galera antiga do orkut...mas, não os aúdios do disco, só agora...obrigadão, mesmo

azimuth e irmãos valle é o 'bicho'...swingaço tgr...hehehe

apesar de não curtir muito esse lance de erudito em bossa e/ou jazz...zimbo trio é piramidal e 'de respeito'.

hahaha...de vez em quando canto 'esperanças perdidas'...principalmente, depois do último jogo do brasil na copa...ed lincoln e m.silva...grande resgate

abraçsons

Paul Constantinides disse...

pituco
grande amigo virtual zen
abs
e muito obrigado pelo comentário.
abs
paul

Anônimo disse...

Hello foi a 1ª vez que vi o teu blog e reflecti tanto!Espectacular Projecto!
Até à próxima