JAIME & NAIR (1974)
Jaime Alem (Franca, SP, 1952) e Nair Cândia (Jacareí, SP, 1952) se conheceram durante a adolescência na cidade de Jacareí. Nair cantava, Jaime tocava violão. Na cidade junto com outros músicos, entre os quais, Jota Morais, Jorjão Carvalho, Jurim Moreira, Elber Bedaque eles formavam um grupo que tocava em bailes da cidade e em outras do Vale do Paraíba.Em 1971, adolescentes, mudaram-se para o Rio de Janeiro e entre estudos na escola do Maestro Guerra Peixe e bicos, começaram a buscar um lugar ao sol no cenário musical. Formando uma dupla que misturava influências regionais (Vale do Paraíba, Sul de Minas) com a musica pop do inicio dos anos 70, chamaram a atenção da gravadora CID.O resultado, “Jaime & Nair” o primeiro álbum da dupla é um interessante retrato musical daquele período e que traz uma clareza especifica da modernidade de então aliado ao caráter singelo do canto regional.A voz de Nair traz uma saudade contemporânea mesclada aos arranjos singelos de cordas, trazendo sensações coloridas do Brasil anos 70. A canção “Samuel Arcanjo” tem uma compilação sonora que relembra as baladas pops do fim dos anos 60 e que se gravada em inglês poderia facilmente ser gravada por um grupo como o The Mamas and the Papas.
No texto do jornalista Aramis Millarch publicado em 75 no Jornal Estado do Paraná conta-se bem o que o disco representou:
Realmente, o que importa é o trabalho que Jaime & Nair se propõe a fazer. Com honestidade, recorrendo a discretos arranjos viola de 12 cordas e de Pedal executada pelo próprio Jaime; Zé Roberto no órgão; Wilson das Neves na bateria; Cidinho na percussão em algumas faixas, participação de outros músicos em diferentes, faixas, este lp rico e que exige várias audições para se perceber toda a beleza das musicas de Jaime Alen. É notável o sentido de brasilidade que ele imprime as suas letras e a sua música falando de pássaros, das minas, do mar, mas demonstrando também, como outro jovem compositor, o cearense Eduardo, uma espécie de "caminhada" do Interior para a grande cidade, como em "Olhos Para São Paulo":
"Perdi os olhos de ver São Paulo/Na luz de um raro lampião antigo, lindo/ Na garoa leve dos teus olhos frios e me molhar".
Lamentável que a CID, que tem um departamento de divulgação tão bem dirigido por Fernando Lobo e Gaby Leib, não tenha desta vez providenciado um press-release contendo alguns dados biográficos desta dupla de talento. Em solo, Nair canta "No Reino das Pedras", "Boi-Le-Le", "Não Valia Tanto", "A Bica do Chororó", todas somente de Jaime e mais "Das Minas", um calango de Jorge Luiz de Carvalho/ João Marcos Alem; Jaime interpreta, sozinho, apenas duas de suas composições: "Olhos Para São Paulo" e "Névoa Seca". Em dupla, os dois cantam "Sabiá" (Diga Alá"), "Sob o Mar", "Samuel, Arcanjo, Anjo" e "Nigue Ninhas e Côco do Norte", também composições de Jaime. Uma faixa tem autor famoso: "Zabumba" de Hervé Cordovil, na voz de Jaime adaptou de material colhido na Discoteca Mário de Andrade, em São Paulo, e do livro do próprio (1932). Anotem os nomes de Jaime & Nair e ouçam este disco. Com toda atenção.
“Sob o Mar”(Jaime Alem)
“Não Valia Tanto” (Jaime Alem)
“Samuel Arcanjo”(Jaime Alem)
“Nevoa Seca”(Jaime Alem)
“Olhos Para São Paulo”(Jaime Alem)
4 comentários:
Bacana ver Jaime e Nair por aqui, Paul. Eles são talentosos e queridos, meus amigos. Um beijo pra você com saudade!
What are the odds dear Monica?!
Jaime and Nair started they carreer in the city I'm living now.
Ai, escrevi a resposta em inglës pra ver se vc fez aquele curso q vc falou-me uns tempos atras q iria fazer..risos.
um prazer ouvir de vc depois de tanto tempo, abs calorosos e fraternais.
paul
grande paul,
passagem aqui, certeza de boa música e dicas bacanudas, como essa da dupla, jaime e nair, que não conhecia não...
valeô
abraçsonoros
vaelu pituco.
grande abraço.
paul
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