17/10/2011

O Jazz Brasileiro (08

BOLA SETE
(1923-1987)

Dono de um violão personalíssimo, Djalma de Andrade (Rio de Janeiro, 1923 – Geenbrae, California, 1987), o conhecido Bola Sete foi certamente uma das maiores expressões do violão moderno que o Brasil produziu e que devido ao sucesso internacional da Bossa Nova alçou vôos para fora do país onde praticamente produziu maior parte da sua discografia, onde viveu, deus shows e morreu. Mas importante se ressaltar, jamais perdeu as cores de sua origem e deixou de dar a sua musica o timbre que facilmente a coloca no patamar jazzístico denominado Brasileiro.
Bola Sete foi um autodidata que aprimorou sua técnica tocando na Praça Tiradentes em rodas de samba aos dezessete anos de idade, nos anos 40. Seu talento o levou a tocar em programas de rádio e rapidamente apropriando-se do apelido que lhe foi dado nas rodas de samba, ele formou o grupo Bola Sete e Seu Conjunto tendo como primeira crooner nada além de Dolores Duran.
Nos anos 50 Bola Sete e Seu Conjunto tocavam nas noites cariocas , os cassinos e lotadas casas noturnas. Registra-se que em 53 ele adotou o uso do violão elétrico que viu sendo usada numa Orquestra Norte-Americana durante um show no Cassino da Urca. Com o violão ele buscou novas sonoridades que lhe incorporaria definitivamente em sua musica quando passaria a usar guitarra elétrica nos anos 60.
Bola Sete foi para os Estados Unidos em 58 e lá passou a tocar com os mais diversos músicos de jazz até se fixar como integrante do grupo de Dizzy Gillespie. O advento internacional da Bossa Nova impulsionou sua carreira nos Estados Unidos e seu violão passou a ser mais apreciado. Com a guitarra elétrica Bola Sete criou um estilo minimalista quando transpôs a batida da Bossa Nova para o instrumento elétrico.
O resultado é que Bola Sete criou um estilo próprio e que ainda hoje influencia diversos músicos e pode-se ver recentemente, no Brasil, no ultimo album de Caetano Veloso (Zie e Zie/2009) onde tentando dar um tratamento rockeiro a sambas o som das musicas de Caetano remeteram a musicalidade de Bola Sete.
Carlos Santana, o elegante guitarrista mexicano , comparou Bola Sete a Jimmy Hendrix e Segovia : "Bola Sete is as significant as Jimi Hendrix and Segovia, in the sense of having wisdom, knowledge, soul and passion." (Carlos Santana).
Bola Sete deixou uma discografia imensa foram 25 registros discográficos, diversos deles em 78 rpm feitos durante seu período inicial nos anos 40. Em 1958 gravou seu primeiro album , “Bola Sete e Quatro Trombones” (Odeon), um clássico raríssimo de se encontrar. Pela EMI gravou o belíssimo “Bola da Vez” (1960). Em 1962 gravou o “Bola Sete Bossa Nova” (Fantasy) outro marco do Brazilian Jazz. São considerados clássicos os 03 albuns que ele gravou com o pianista de jazz norte-americano Vince Guaraldi (1928-1976). No total, foram 14 Lps gravados no exterior e 03 no Brasil. Discos repletos de swing brasileiro e muito jazz.
Bola Sete é um marco memorável do Jazz Brasileiro. Necessário de ser compreendido e muito mais divulgado.

“Consolação” ( Baden Powell/Vinicius de Moraes ), Bola Sete

“Soul Samba” (Bola Sete)

“Baion Blues” (Bola Sete)

“Coisa” (Bola Sete)

3 comentários:

Nicko disse...

Uaaaaaaaauuu... muito bom!!!

Gostei muito!!!

Uma boa trilha sonora pro meu trabalho!!!!

Valeu Paul!!!!

Abração.

Anônimo disse...

Se ele é o bola sete eu sou bola seis!!! Quem é sinuqueiro vai entender!!!

Brigadao pelo envio... To curtindo aqui!!!

Abçs

Bruno

pituco disse...

bródi paul,

que achado bacanudo...piramidal...

valeô e obrigadão
abrçsons