Depois de um período ausente gostaria de justificar aos leitores deste blog o motivo. Cansaço foi um dos fatores. Mas não me cansei da musica. Cansei de continuar postando desde 2007 sem interrupção semanal. Ufa!!! Acarretou-se a isto a perda de diversos arquivos musicais que eu tinha no HD externo.
Estou recompondo meus arquivos, mas perdi muito da minha agenda cronológica.
Portanto, a partir de agora vou postar as Saudosas Bolachas e outras séries, sem me ater a cronologia.
O SOUL ROMANTICO BRASILEIRO
HYLDON
NA RUA, NA CHUVA, NA FAZENDA (Polydor/1974)
Em 74 quando Hyldon (Salvador, 1951), o cantor e compositor baiano, lançou o álbum Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda, o cenário da musica brasileira vivia a consolidação da musica romântica moderna como um grande carro chefe. Roberto Carlos, Antônio Marcos, Paulo Sergio, cantores e compositores oriundos da Jovem Guarda, eram os cantores de grande alcance popular. Por outro lado o chavão MPB também se estabelecia como uma opção mais sofisticada de musica popular. Neste filão os Tropicalistas se abrigaram, assim como a grande maioria dos músicos envolvidos nos festivais de 67 a 69. Ainda, havia sim os músicos emergentes do Nordeste, como Alceu Valença, Belchior e Ednardo, noutra vertente, os Novos Baianos e outros. O samba não morria e Clara Nunes vivia sua esplendor musical. A musica instrumental, onde se abrigavam a maioria dos músicos oriundos da Bossa Nova, vivia seu grande momento mais no Exterior do que no Brasil. Tim Maia foi um musico deste momento que transitava entre a Jovem Guarda e a MPB trazendo em sua musica elementos da musica negra americana, o soul, e estava experimentando o seu primeiro sucesso popular com Todo o Azul do Mar. Neste período Tim estabeleceu em um sitio em Jacarepaguá a sua casa e seu estúdio. Nela transitavam músicos ligados ou atraídos a sua musicalidade. Quando Hyldon chegou da Bahia no Rio de Janeiro com seu violão, suas incursões nas noites e em estúdios levaram-no a casa de Tim Maia em Jacarepaguá. Lá, devido ao seu talento, ele passou rapidamente a fazer parte do grupo Vitoria Regia. Do período em que Hyldon tocou com Tim, e até onde a convivência entre Tim e Hyldon foi possível, dada a genialidade e temperamento genioso de Tim Maia, Hyldon saiu do Vitoria Regia com uma musica gravada por Tim Maia e uma indicação do próprio para a gravadora Polydor. Neste álbum Hyldon colocou as canções que guardara desde a sua chegada à Bahia. O álbum traz melodias com sabores de viola campestre arrematados com uma batida soul, seus gritos e sussurros. O resultado vibrante do disco ainda hoje é vital. As letras de Hyldon falando de forma simples e direto de sonhos de amor, amores desfeitos e de passeios campestres caiu em cheio no gosto popular e alcançou grande sucesso de venda e execução. Hoje o álbum, revendo a história, ganha importância por ter sido um dos primeiros a ter sucesso em difundir um conceito musical que músicos dos anos 60, como Don Salvador com seus quartetos e trios faziam. Fazer uma musica brasileira com beat soul. Hyldon fez. Escute o álbum Na Chuva, Na Casa, Na Fazenda (Polydor / 1974) na integra.
1.Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda
2. A Sombra de Uma Arvore
3. Vamos Passear de Bicicleta
4. Acontecimento
5. Vida Engraçada
6. As Dores do Mundo
7. Guitarras, Violinos, Instrumentos
8. Sábado e Domingo
9. Eleonora
10. Balanço do Violão
11. Quando a Noite Vem
12. Meu Patuá
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