28/10/2008

50 ANOS DO TEATRO OFICINA

(photo obtida no www.portalaz.com.br/.)

Em 1979 conheci José Celso Martinez por acaso ou trama do destino.Na época eu perambulava, adolescente, com amigos pelas ruas de São Paulo, tirando fotos e buscando matérias para nossa revista alternativa Alienarte / Manga Rosa. Certo dia tinhamos encontro marcado com um cartunista em sua casa para entrevista-lo. No bar da esquina onde ficava sua casa reconhecemos o Zé Celso (como ele gosta de ser chamado) no balcão do bar e o cumprimentamos, surpresos de encontrá-lo ali. O renomado diretor de teatro que há apenas dois dias havia voltado ao Brasil depois de um exílio de 06 anos pela Europa e África.
Trocamos a entrevista com o cartunista por uma com ele que de pronto topou fazer. Engraçado foi que após Zé Celso nos pedir para o seguirmos até a casa onde estava hospedado, realizamos que se tratava da casa do cartunista que íamos entrevistar. Mas fazendo parte daqueles instantes em que tudo ocorre ao contrário para que ocorra o que tinha que ser; o cartunista não estava em casa e tinha nos deixado um bilhete pedindo desculpas. Depois da entrevista, Zé Celso nos convidou para participar do Teatro Oficina, que ele estava modificando o nome para Teato Oficina e que seria uma cooperativa de teatro, cinema e edição. Trabalhei no Oficina por ano e meio e o resultado, além do lançamento do Jornal do Coro e do livro Cinemação, foi a viagem experimental de conviver com um grupo de pessoas entregues à arte que faziam e dirigidas por uma pessoa totalmente unica, lucida, ludica , integral e transparente : o Z
é Celso.

A história de Zé Celso é o Teatro Oficina, e são várias páginas da história do Teatro Brasileiro da metade do século passado para cá. Peças como Rei da Vela, Gracias Senor, Roda Viva e Galileu Galiei (montadas entre os anos 60/70) são classicos do Teatro Brasileiro.


Hoje o TEATRO OFICINA completa 50 anos de vida.

Eu, que fiz uma parte minuscula desta historia mando um beijo para o Teatro e seu diretor, pessoa energica e efuziante que naquela epoca ditava uma novo alfabeto onde as vogais teriam a seguinte ordem: A E I U O, para dar mais enfase ao prazer.

Beijo a todos que conheci por lá e me deixaram grandes e boas recordações.

(foto s/credito: em 61 a atriz Cacild Becker batiza o inicio da reforma do edificio onde ate hoje se encontra o Teatro Oficina, na rua Jaceguay, Bixiga, SP)


Ps: Zuria bota mais água no feijão.

Ps.2: Infelizmente não tenho aqui fotos epoca em que trabalhei no Oficina e nem copia do Jornal do Coro para postar aqui,. A homenagem segue com reprodução da linda capa que o Marcio Perassollo fez da edição da Alienarte quando publicamos a entrevista do Zé Celso.


Um comentário:

Anônimo disse...

Viva o Oficina!!!!!
Viva o Jose Celso!!!!
Me emocionei ao ler como vcs o conheceram.
Página da nossa história, da história cultural do Brasil que temos a obrigação de manter viva e acesa.


Obama! Oba! Oba!
Abração.
Rose