Os Trovadores.
Edu Lobo
“Missa Breve”(1973)
Edu Lobo (1943) filho do compositor e jornalista Fernando Lobo, aprendeu a tocar acordião e violão durante a infância. Devido a profissão do pai, Edu desde o início de sua carreira freqüentava o meio musical da Bossa Nova. Suas primeiras composições tiveram parcerias com Vinicius de Morais. Porém, acima das relações prevalecia o seu talento. Compositor pós-bossa novista caracterizou-se em fazer musica diferenciada com influência do samba e da musica regionalista. Nos anos 60 conssagrou-se em Festivais e com sucessos como “Ponteio”, “Upa Neguinho” e “Arrastão”. Em 1969 viajou pelos Estados Unidos onde fez diversos shows na carona do disco de Sérgio Mendes “Sergio Mendes presents Edu Lobo” Voltou ao Brasil no inicio dos anos 70 e em 73 gravou o seu oitvo álbum “Missa Breve”.
“Missa Breve”tem um caráter conceitual. O álbum abre com composições cantadas e bem ao estilo vibrante de Edu Lobo, a cada faixa vai se mesclando um ar solene até chegarmos as ultimas faixas onde há uma sonelidade inspirada em composições de cantos eucumênicos.
Um disco bonito e interessante de 1973. Edu Lobo.
Viola Fora de Moda (Edu Lobo-Capinan)
Kyrie (Edu Lobo)
Incelensa (Edu Lobo-Ruy Guerra)
Chico Buarque
“Chico Canta”(1973)
Em 1973 Chico Buarque dedicou-se a fazer a trilha sonora da peça teatral “Calabar”de Ruy Guerra. A peça tratava de falar de uma região de Olinda num período onde havia a presença holandesa. A peça tinha uma linguagem direta e Chico em parceria com Ruy Guerra fez um ramalhete de canções líricas e poéticas.
A peça em pouco tempo foi censurada e o disco que estava para ser lançado com o nome “Calabar”foi obrigado a mudar o título e a foto da capa que mostrava um muro pichado com a palavra Calabar. O disco tornou-se, por força da censura, “Chico Canta”, musicas foram excluídas, trechos e palavras. Alusões, dentro do contexto da peça, a lesbianismo, doenças venéreas e prostituição foram banidas.
O disco, ainda assim, traz preciosidades da dupla Chico e Ruy Guerra.
Escute aqui três delas.
“Tatuagem”(Chico Buarque/Ruy Guerra)
“Barbara”(Chico Buarque/Ruy Guerra)
“Fado Tropical”(Chico Buarque/Ruy Guerra)
Geraldo Vandré
“Das Terras do Benvirá”(1973)
Geraldo Vandré (1935) é cantor e compositor paraibano que nos anos 60 foi um dos responsáveis a introduzir um regionalismo contemporâneo na musica urbana brasileira.
Estudante de Direito no Rio de Janeiro conheceu Carlos Lyra com quem compôs entre outras “Quem Quizer Conhecer o Amor” e “Aruanda”. Seu primeiro grande sucesso foi “Disparada”, que venceu o Festival de Musica Popular Brasileira da TV Record, em 1966, defendida por Jair Rodrigues.
Envolvido com o Centro de Cultura Popular, sua musica começou a ter um sentido marcadamente voltado a um contexto político. Com “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, Geraldo inaugurava uma nova era da musica de protesto no Brasil. Esta canção, defendida por ele mesmo, no Festival Internacional da Canção, em 1969, tornou-se imediatamente um hino e mesmo com a segunda colocação tornou-se mais popular, naquele momento, do que a que venceu, “Sábia”(Antonio Carlos Jobim/Chico Buarque).
Geraldo Vandré foi preso e exilado no mesmo ano. Viveu no Chile e na França. Voltou ao Brasil em 1973. Trazia na bagagem o material para o disco “Nas Terras do Benvirá”.
Trata-se de um disco autoral, tratado com solenidade acústica e dentro do estilo que o consagrou e o tornou tão popular: regionalismo moderno.
“Na Terra Como no Céu”(Geraldo Vandré)
“Das Terras do Benvira” (Geraldo Vandré)
“Vem,Vem” (Geraldo Vandré)
Francis Hime
“Francis Hime”(1973)
Francis Hime (1939), compositor e pianista , aprendeu a tocar piano desde os seis anos de idade. Chegou a estudar por cinco anos, durante a adolescência, composição e arranjos na Suiça. Voltou ao Brasil em 59 e se envolveu no meio musical Bossa Novista. Musicas que fez com Vinicius de Moraes foram gravadas por Sandra Sá e Elis Regina. Ao mesmo tempo, porém, Francis cursava Engenharia. Foi deste meio que fez seu primeiro disco. Junto com colegas da Universidade, entre eles Nelson Motta, formou o grupo Seis em Ponto que chegou a gravar um disco em 1965.
Em 1969, casado, Francis Hime se muda para os Estados Unidos onde por quatro anos se dedica a estudar orquestração e trilhas para filmes. Voltou ao Brasil em 1973 e de imediato começa uma nova parceria com Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra.
O resultado é o seu primeiro disco solo “Francis Hime”. Neste disco temos momentos que passam pela samba, pela cantiga e pelo canto trágico. Francis pontua suas influências que vão do clássico ao popular com requinte. Sua musica traz uma textura pessoal e interessante.
“Atrás da Porta””(Francis Hime/Chico Buarque)
“Sem Mais Adeus”(Francis Hime/Vinicius de Moraes)
“Ultimo Canto”(Francis Hime/Ruy Guerra)
8 comentários:
Ola Paul,
Gostei da selecao, obrigada.
Ate mais,
B.
Nota mil, Mr.Paul!
Chico é gênio.
Edu e Francis também!
Discos fabulosos, memória e história muito vivas e pulsantes!
Um abraço, meu guardador de músicas!
b. são os trovadores de 73. entre outros tantos.
obrigado pelo comentário.
mr. cordeiro. obrigado meu caro. eu daqui com a canção brazuca, vc por lá com todo o gaz, todo o jazz
abs
paul
royalty,my friend,royalty!
adoro quando venho aqui e acho alguma preciosidade, bom hoje levo edu para minha lista de som q não costu"mava" ouvir
beijo
grande paul,
só isso...piramidal
e são todos brasileiros da silva xavier...rs
quem hoje pode compor pra peças teatrais?...se é que elas existem com essa dimensão...assisti gota d'água, por exemplo, um montão de vezes...bons tempos,hein?
a obra dos autores aqui postados é patrimônio cultural universal...aliás, em música o patropi é imbatível...tõ exagerando, talvez...mas, cada vez que ouço essas canções, arranjos, interpretações e as estórias e situações em que foram feitas, não dá ser de outra maneira...muito bom.
postagem e escolha das músicas...tõ emocionado pacas, cara.
abraçsons
realeza é sua visita aqui Rotten. muito obrigado.
abs;bjs
fernanda q beleza. teu blog tbm sempre me encanta.
abs;bjs
paul
pituco de fato é impressionante a produção cultura;musical do início dos anos 70. acho q hoje temos estes talentos, mas estão tapados pelo mercado fonográfico, aqui a peneira, o funil, constanto em um mês, é o mesmo de 10 anos atrás quando vivia por aqui.
uma tristeza ver musico brasileiro ter que concorrer com a musica estrangeira tocando sem parar nas rádios, nas midias de seu proprio país. fora isto fica uma grande parcela da população consumindo musica de fora, como se fosse melhor. e por ai vai.
musica há.
não há difusão.
abs
musa musicais
paul
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