07/07/2010

Na Era dos Trios (7)

Salvador Trio
(1965)

Don Salvador (Rio Claro, SP, 1938) pianista inquieto e criativo que mudou-se para o Rio de Janeiro em 61, para tocar no Copa Trio com Dom Um Romão. Em 65 criou o Salvador Trio com o qual gravou um disco. Este virtuoso pianista ainda no mesmo ano criou o Rio 65 Trio. Seguiu pelo mundo onde tocou acompanhando e acompanhado por expressões como Elza Soares, Charles Lloyd e Thelonius Monk. Nos anos 70 voltou ao Brasil criou o grupo Abolição considerado o embrião do grupo Maria Fumaça.
Vive atualmente em Nova York.
O Salvador Trio trazia Don Salvador no piano, Edson Machado na bateria e Sergio Barroso no baixo; curisosamente os mesmos integrantes do Rio65 Trio. O album traz versão interessante de Tristeza, sucesso naquele ano na voz de Jair Rodrigues, o que aliás era neste período algo comum no trabalho de Salvador, fazer arranjos de base jazzísticas em sambas fora do contexto da Bossa Nova.

“Tristeza”

“Eu Compro Essa Mulher”

“Indio Perdido”



Sambalanço Trio (1964-1965)

O Sambalanço Trio foi um dos expoentes paulistas na Era dos Trio, tendo no piano Cesar Camargo Mariano, na bateria Airto Moreira e Humberto Claiber no baixo. Surgiram no início de 64 no João Sebastião Bar, um notório reduto paulista da Bossa Nova no início dos anos 60. Velhos tempos.
O Trio durou dois anos, não comportou a magnitude nascente da exponencia musical de seus participantes. Neste período gravaram cinco álbuns e fizeram inúmeras apresentações. A marcação rítmica de Airto e o refinamento do piano de Cesar Camargo foram as marcas registradas do Trio. Curioso é que o fim do Sambalanço implicou no surgimento do Sambrasa Trio que exceto por Cesar Camargo Mariano, tinha os demais integrantes mais Hermeto Paschoal em sua formação.

“Balanço Zona Sul” (Tito Madi)

“Jaqueline K”(Heraldo Correia)

“Marisa”(Cesar Camargo Mariano)



Sambrasa Trio
(1965)

Sambrasa Trio é uma faísca criativa e incendiaria que durou alguns meses de 1965 chegando ao ponto de produzir um belo album, plus algumas apresentações no Rio e em São Paulo.
Trazia em seu bojo o piano essencial de Hermeto Paschoal combinando com a “cozinha”afiada e afinada do Sambalanço Trio, Airto Moreira na percurssão e Humberto Claiber no baixo.
O Sambrasa foi um trampolim para que o gênio criativo de Airto Moreira e Hermeto aflorassem no campo que lhes coube convenientemente, o samba-jazz , e chegassem a Europa e Estados Unidos. Diferente da postura romântica encontrada no Sambalanço, o Sambrasa traz certa instabilidade, uma necessidade diferente e aponta para um horizonte diferenciado.

Sambrasa (Airto Moreira)

Nem o mar sabia (Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli)

Coalhada (Hermeto Pascoal)

4 comentários:

pituco disse...

paul,

quiquéisso?...só sonzaço 'dubão'...rs

inclusive, baixei um discaço do dom salvador...batera duduka da fonseca...bass rogério botter...trio piramidal

abraçsonoros e suados

Paul Constantinides disse...

valeu grande pituco
abs
paul

Érico Cordeiro disse...

Mestre Paul,
Como sempre, revelando para o mundo o melhor dos nossos trios instrumentais. Tenho dois discos do Dom Salvador, o Trio (com o Duduka e o Sérgio Barrozo) e o Transition (com o Rogério e o Duduka - acho que é o mesmo que o Pituco menciona). Um verdadeiro mestre das 88 teclas. E ele tem uma abordagem que é extremamente jazzística, super improvisada.
Gosto muito do Sambalanço, o César Mariano é outro dos nossos gênios - acho que ele tem muito do tom Jobim, é econômico em seu dedilhado, mas extremamente eloqüente - é um Ademir da Guia do teclado! Não tenho esse disco mas vou procurar.
Já o Sambrasa é meu velho conhecido - pus uma resenha sobre o Hermeto no jazz + bossa e o disco enfocado foi esse ( http://ericocordeiro.blogspot.com/search/label/Hermeto%20Pascoal ).
Grandes escolhas, de figuras seminais em nossa música, meu caro Paul!!!

Paul Constantinides disse...

erico
grandes escolhas são suas no seu blog sensacional.
obrigado pela visita, pelo comentário.
abs
paul