24/10/2010

choro porque choro (05

"João Pernambuco está para o violão assim como Ernesto Nazareth está para o Piano".
(Mozart de Araujo, musicólogo)

JOÃO PERNAMBUCO
(1883-1947)


João Teixeira Guimarães, o João Pernambuco, nasceu em Jatobá (atual Petrolândia) , Pernambuco, no dia 02 de novembro de 1883 e morreu no Rio de Janeiro em 1947.
Filho de mãe índia e pai português sua fisionomia carregava traços interessantes desta mistura. Foi durante sua infância em Jatobá que nasceu o interesse e o fascínio pela musica. Apesar de sua origem humilde, cresceu aprendendo a tocar violão ouvindo músicos de feiras locais, cantadores e violeiros. Em 1902, com apenas 15 anos de idade foi com uma irmã para o Rio de Janeiro onde passou a trabalhar como servente de obra e posteriormente como ferreiro. As horas vagas dedicava-se ao seu violão e foi se agregando ao meio da cidade que fervilhava em polcas, choros, cantigas e lunduns.
Sua intimidade com o violão rendia-lhe notoriedade e lhe rendia participações em grupos para tocar sem saraus, restaurantes e festas. O destino fez com que um dia se hospeda-se numa pensão da Rua Riachuelo, 268, no centor do Rio de Janeiro onde também se hospedava Pinxinguinha (então com 15 anos de idade) e Donga (compositor de “Pelo Telefone”, um sambas histórico e primordial).
A proximidade com estes músicos o levou a ter contato com um momento musical interessante, e seu papel neste momento foi contribuir com sua musicalidade nordestina.
No período de 1914 a 1919 os três formaram o Grupo Caxangá (foto ao lado), que saia nos Carnavais e pra qual João compôs entre outras melodias; ‘Sabia”, “Os Três Companheiros” e “Estou Voltando”. De 1919 a 1922 tocaram no Oito Batutas.
Ainda, paralelamente João desenvolvia trabalhos de musica sertaneja e regional, compondo e fazendo parte de grupos como a Troupe Sertaneja e Turunas Pernambucanos.
A alegada ingenuidade do compositor o coloca numa polêmica quanto a autoria do clássico da canção brasileira, o “Luar de Sertão”. João alegou que fez a melodia e que o poeta e musico Catulo da Paixão Cearense fez a letra posteriormente e que noticiando que João nunca a registrara; registrou como sendo o único autor. Em entrevista dos anos 80, Pixinguinha perguntado sobre este episódio confirmou que ouviu por diversas vezes João tocar Luar do Sertão muito antes dela surgir com letra, anunciada como de Catulo.
João durante os anos 20 e 30 morou num casarão da Rua Mem de Sá, numa republica de músicos, onde ocorriam animadas rodas de choro com participações de Donga, Pixinguinha, Patricio Teixeira, Rogério Guimarães e o então adolescente , Dilermando Reis.
João deixou uma obra extensa entre muitas outras nunca registradas.
Sua verve e seu lirismo deram ao choro uma essência marcante e denotada pelo violão.
Um tempero pernambucano.

"…Bach não se envergonharia em assinar os estudos de João Pernambuco como sendo seus…" (Villa Lobos)

"Dificilmente se encontra um violonista brasileiro, seja ele músico erudito ou popular, que não tenha em seu repertório alguma música do João." (violonista Maurício Carrilho)
"Junto com a música de Heitor Villa-Lobos, a obra de João Pernambuco tornou-se "a mais legítima expressão do jeito brasileiro de tocar o violão". (Maurício Carrilho)


“Brasileirinho” ”(João Pernambuco), Antonio Adolfo e Grupo Nó em Pingo D’agua (1983)

“Sons de Carrilhões” ”(João Pernambuco), gravação de 1929.

“Mimoso”(João Pernambuco), Antonio Adolfo e Grupo Nó em Pingo D’agua (1983)

“Rosa Carioca”(João Pernambuco) , gravação de 1929.

“Dengoso” ”(João Pernambuco), Antonio Adolfo e Grupo Nó em Pingo D’agua (1983)

“Interrogando”(João Pernambuco), gravação de 1929.




3 comentários:

pituco disse...

grande paul,

saindo pro dentista...rapidinho li...ouço depois

abraçsons

Paul Constantinides disse...

ta valendo pituco
abs
paul

Anônimo disse...

Maravilha Paul!!!
Gde abraco
danuzio
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