30/11/2010

choro porque choro (07/07

"Gosto de ficar na praia, na sombra, tomando uma cervejinha. A barriga é boa para apoiar o cavaquinho" (Waldir Azevedo)

Waldir Azevedo
(1923-1980)

Nascido no Méier, subúrbio carioca nos anos 20, Waldir Azevedo aos dez anos aprendeu a tocar uma flauta de lata que comprara vendendo passarinhos que caçara na feira do Engenho de Dentro. Foi na vida de moleque que conheceu o bandolim bisbilhotando saraus e dado ao seu gênio infante, ganhou a simpatia de um bandolinista que o presenteou com o mesmo vendo que o menino levava jeito. Durante sua adolescência Waldir estende seu interesse musical a instrumentos como o violão e o bandolim. Tocando violão tenor integrou seu primeiro grupo musical os Águias de Prata em 1941. O grupo tocava no Copacabana Palace e gravou um disco em 42. Aos vinte anos de idade Waldir começou a tocar o cavaquinho, instrumento com o qual iria compor choros que por sua virtuosidade, sua técnica e sonoridade iriam dar o ultimo, mas não o definitivo, pitaco neste gênero musical.
Durante os anos 40 Waldir se tornou musico da Radio Clube e da gravadora RCA Victor. Foi numa de suas apresentações da Radio Clube que ele resolveu apresentar pela primeira vez uma de suas composições. “Brasileirinho” causou sensação na plateia e ao mesmo tempo uma sensação atônita. Waldir lançou um compacto simples aonde “Carioquinha” (Waldir Azevedo) vinha no lado A e “Brasileirinho” (Waldir Azevedo) no lado B. Não se esperava o sucesso estrondoso que a musica teve e que faz dela, ainda hoje, um clássico da história da musica brasileira. Em “Brasileirinho” Waldir introduz uma velocidade rítmica antes, nem esboçada, numa roda de choro. A fúria domada em seu cavaquinho deu ao Choro uma vitalidade diferenciada da suavidade que aureamente lhe acompanhava. Deu ao Choro um novo dimensionamento.
Durante os anos 50 Waldir gravou diversas novas composições e foi criando outros clássicos como “Pedacinho do Céu”, “Quitandinha”, entre outros.
Nos anos 60 sofreu o ostracismo natural com a eclosão da Bossa Nova, do Samba Jazz e de outros correntes como a Jovem Guarda, Tropicalismo e Toada. Mesmo assim não deixou de produzir, foi neste período que compôs e gravou a belíssima “Delicada” (Waldir Azevedo) e “Pedacinho do Céu”. Com a morte trágica de um de suas filhas (acidente automobilístico) em 68, Waldir passou um longo período sem querer tocar ou compor. Mudou-se para Brasília em 71, a convite de outra filha que lá morava. Em Brasília Waldir foi recepcionado por um grupo de chorões que por lá moravam e com o qual passou a ter novamente o prazer de tocar.
Viveu seus últimos anos da capital brasileira, chegou a sofrer um acidente doméstico que quase lhe fez perder o dedo anular. Tratou do dedo por ano e meio e depois voltou a tocar.
Em 1980, aos 57 anos de idade, Waldir foi a São Paulo para gravar seu novo disco. Durante as gravações teve um mal estar e devido a um aneurisma da aorta abdominal o choro perdeu um de seus últimos gênios criativo. Ainda no hospital, Waldir deixou numa fita cassete instruções aos músicos de procedências rítmicas e tais sobre a gravação que faziam.
Persona solitária da nossa musica, com fama de perfeccionista. Dedicou sua vida a dar ao cavaquinho um local de destaque na roda de Choro. Criou belíssimas composições, entrando assim no polígono dos Mestres do Choro do qual fazem parte: Joaquim Calado, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, João Pernambuco, Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo.

“Brasileirinho” (Waldir Azevedo), Waldir Azevedo (1967).

“Pedacinho do Céu”((Waldir Azevedo) , Waldir Azevedo (1967)

“Delicado” (Waldir Azevedo) , Waldir Azevedo (1967)

“Minhas Mãos, Meu Cavaquinho” (Waldir Azevedo), Henrique Cazes e Chiquinho do Acordeon (1990)

“Vê Se Gostas” (Waldir Azevedo/Otaviano Pitanga) Henrique Cazes e Rafael Rabello (1987)

“Quitandinha” (Waldir Azevedo/Salvador Micelli), Henrique Cazes e Rildo Hora (1990)

3 comentários:

pituco disse...

paul,

esse sr.wladir e o chorinho se confundem...não é verdade?

abraçsonoros

Paul Constantinides disse...

sem duvida grande pituco
abs
musa musicais
paul

Paul Constantinides disse...

sem duvida grande pituco
abs
musa musicais
paul