17/01/2011

Geraldo Maia e Manezinho Araujo

Quentinhas do Pernambuco....

Geraldo Maia, cantor e compositor pernambucano que entrevistei no ano passado; me envia noticias de que em Março próximo estará lançando o album "Ladrão de Purezas" dedicado a obra de Manezinho Araujo o Rei da Embolada (centenário ocorrido ano passado e constatado aqui no Muza no ultimo Dezembro).

A gentileza de Geraldo se estende ao nos enviar um aperitivo de seu novíssimo album que promete ser belo e que em breve poderá ser conhecido em sua integra.

Seguem as versões inéditas de “Vatapá” (Manezinho Araujo) e “Seu Dureza da Rocha Pedreira” (Manezinho Araujo)

“Vatapá”(Manezinho Araujo) , canta Geraldo Maia (2011)

“Seu Dureza da Rocha Pedreira”(Manezinho Araujo), canta Geraldo Maia (2011)


Ainda, abaixo texto do jornalista José Teles falando sobre Manezinho Araujo e o novo album de Geraldo Maia.

"O pernambucano Manoel Pereira Araújo, ou Manezinho Araújo, entre os anos 30 e 50, foi um dos personagens mais populares e influentes do Brasil. Só tem uma idéia exata da importância de Manezinho quem viveu no seu tempo. No entanto, no auge, em 1954, ele abandonou a carreira de artista do rádio, abriu um dos restaurantes de melhor frequência da então capital federal, o Cabeça Chata, no Leme, e trocou a música pelas artes plásticas. Foi um elogiado pintor naïf. Em Pernambuco, o centenário de nascimento de ManezinhoAraújo (1910 – 1993) passou despercebido. Nas raras vezes em que se cita o nome dele, é quase inevitável que se acrescente o epíteto “Rei da embolada”. Mas sua obra vai além da embolada. Abrangia sambas, cocos, frevos, baiões. Este é um dos méritos do disco Ladrão de Purezas, com o qual Geraldo Maia o homenageia e dá um tapa de luva de pelica na memória
cultural pernambucana, e mostra que Manezinho Araújo foi muito além de clássicos como o Carrité do Coroné, ou Cuma é o nome dele?
Ouvindo este disco custa acreditar que foi costurado com tanta
rapidez, e cerzido com tanta maestria. Geraldo e sua voz suave,
afinada, de ginga sutil, o violão, com todo respeito, monstruoso, de
Vinicius Sarmento, que tem 18 anos de idade e 100 anos de instrumento, e a percussão precisa e a voz segura de Lucas dos Prazeres. Dois dias de gravação, tudo feito na chincha, ao vivo,
aqui e agora. O mínimo de efeitos. Um feito.
O repertório joga uma nova luz sobre a obra de Manezinho Araújo e dá cara nova a composições conhecidas como Adeus
Pernambuco (parceria com Hervé Cordovil), uma toada de 1952 que recebeu um arranjo primoroso do violão de Vinícius. Beata mocinha (parceria com Zé Renato), de 1952, recebe uma interpretação pungente, transformando-a em um quase bendito, impregnado de lirismo. E se a palavra resgate merece ser usada é na obscura Seu Dureza da Rocha Pedreira.
Por essas e outras é lamentável que se tenha esquecido Manezinho Araújo tão rapidamente, e muito mais lamentável o esquecimento que lhe foi dado em sua terra natal.
Lamentável porque Manezinho nunca esqueceu suas origens. Pernambuco é uma constante em suas letras. E este esquecimento engrandece ainda mais este trabalho de Geraldo Maia, que duma só tacada destaca o centenário do
artista, e celebra uma obra plural, que em nada fica a dever a outros compositores mais festejados de sua época."

2 comentários:

pituco disse...

paul,

que som bacanudo...e homenagem providencial...valeô a prévia...parabéns pelo muza que sempre nos bota bem informados...

abraçsons

Paul Constantinides disse...

pituco
obrigado.
geraldo maia é um cantor e compositor e tanto.
abrs pra vc
e um feliz ano novo.
paul