07/06/2011

Saudosas Bolachas (02/1974

o rock batendo na porta da mpb...


RAUL SEIXAS

“GITA” (1974)

Em 1974, o compositor baiano Raul Seixas (1945-1989) depois do estrondoso sucesso com o album do ano interior (Krig-Há-Bandolo) volta a gravar um novo trabalho com mais tranquilidade e domínio do rumo musical que tomava. Aliado as letras de Paulo Coelho ambos escrevem canções que deram ao ano de 74 cara e imaginação. Gita de Raul Seixa é talvez um de seus álbuns mais populares e contundentes. Gita tornou-se um hino metafisico-existencialista, Medo da Chuva uma cantiga que declama um divórcio , Sociedade Alternativa traz o sonho libertário dos anos 60/70 , o Trem das Sete a viagem apocalipitica entre outras imagens soltas neste album que traz a vontade de Raul de fazer rock e musica popular ao mesmo tempo.O baiano bateu na trave, marcou um gol. Deixou nos anos 70 a sua marca fincada como o sinal de um anel fincado na massa, ou, no soco em uma cara.

Gita (Raul Seixas / Paulo Coelho)

“Medo da Chuva”(Raul Seixas/Paulo Coelho)

“O Trem das Sete”(Raul Seixas/Paulo Coelho)

RITA LEE E O TUTTI FRUTTI

“ATRÁS DO PORTO TEM UMA CIDADE” (1974)

Em 1974 a paulistinha lírica e anunciada, compositora e cantora Rita Lee transmutava-se em líder de banda de rock depois de romper com os Mutantes e ainda, experimentar musicalidades com uma cilibrina do Eden, a guitarrista Lucinha Turnbull.

Em 74 surge a Rita Lee que ficaria. A cantora descolada, com letras descoladas e trejeitos descolados, apoiados, neste delicado e delicioso momento com uma banda afiada e criativa, o Tutti Frutti composto por . Rita Lee: Voz, Clavinet, Moog, Melotron, Piano, Órgão, Pandeiro e Palmas, Lúcia Turnbull: Voz, Guitarra, Violão de 12 cordas e Palmas., Luis Sérgio Carlini: Guitarra, Guitarra Havaiana, Lee Marcucci: Baixo, Mamão: Bateria, Paulinho: Bateria, Juarez: Sax e Luis Cláudio: Jazz Guitar além da produção de Mazzola.Atrás do Porto Tem Uma Cidade” traz um rock’n’roll detonado numa brasilidade urbana e esquizoide, com pitadas de rock progressivo, psicodélico, country e ainda com espaço para outros jazzes. O resultado é refrescante e totalmente cool, para usar uma expressão importada e dando razão ao tempo, pois o disco, ainda hoje, é bom demais para se ouvir. O rock feito por Rita e o Tutti neste disco não dá espaço a sombras sobre a alta qualidade sonora e qualitativa do album.

“Eclipse do Cometa”(Rita Lee)

“Mamae Natureza”(Rita Lee)

“Ando Jururu”(Rita Lee)

4 comentários:

Lu Saharov disse...

Paul, você acertou na mosca com sua postagem desta semana. realmente o nosso querido Maluco Beleza deixou suas impressões digitais marcadas para sempre na MPB, com talento, transgressão, coragem e uma criatividade que depois, creio eu, só veio se repetir com o Ney Matogrosso.
(apenas comparando no sentido do "ar novo" que sopra, vez por outra, no cenário de nossa música e deixa tudo de pernas pro ar.) Grande beijo, amigo!

Paul Constantinides disse...

tens razão Lud qto ao Raul Seixas e sua importancia e influência...de fato há esta impressão de que depois destes trabalhos impactantes, dos 70, pouca coisa feita depois não teve o mesmo efeito.
mas eu acho q houve sim. penso q é o ritmo do mundo e das coisas...mas é um papo longo pra se levar aqui...
os anos 70 são de fato uma grande gema de influências e feitos.

abs
paul

pituco disse...

grande paul,

estava devendo uma visita por aqui...post piramidal...dois grandes artistas

abraçsons

Paul Constantinides disse...

gracias pituco.
aguardando o seu novo post no seu blog.
saudações e tudo de bom.
paul