19/01/2014

Túnel do tempo.


 VAPOR BARATO – A BANDA: 1980-1982





Vapor Barato foi uma banda gerada em São Paulo na virada da década de 70 para os 80.  Surgiu da ideia de um sociólogo, envolvido em teatro e musica, reunindo em sua volta músicos da sua cidade (Araraquara) que viviam em São Paulo e outros, agregados a estes músicos por meio das Escolas de Musica que frequentavam ou por conhecimento.
         Primeiro o Vapor Barato foi trio formado por Eduardo Montagnari, Ney Marques e Monica. Aos poucos, as necessidades musicais fizeram o grupo acústico se transformar numa banda com Eduardo Montagnari (voz, violão), Ney Marques (violão, guitarra, bandolim), Nelson Presbiteris (baixo elétrico), Celso Haddad (flauta, voz), Ricardo Wucker (piano) e Carlos Sá (bateria).
         Ainda, pela orbita da banda transitavam alguns gatos pingados como eu (naquele tempo aprendiz de poeta e fotografo) e Beto Pizzi, o Bom de Bola (amigo e colaborador).
         O Vapor Barato ensaiava num quarto de um apartamento no 4º andar, na Rua Carvalho Pinto, Pinheiros. As paredes revestidas abafavam o som. Corriam os sonhos e a musica. Os arranjos eram coletivos. Havia uma tendência clara entre os acordes de Ney e o teclado de Ricardo, a palavra de Eduardo e muitas discussões que resultavam em musica.
         O grupo fez turnês por Araraquara, Ribeirão Preto, Bauru e outras cidades. Em São Paulo tocou na Estação do Metro São Bento, no TUCA, em casas noturnas e bares, da Bela Vista a Moema.
         Participou da Virada Paulista no Teatro Lira Paulistana, teve sua noite no palco do teatro subsolo em Pinheiros, se apresentando entre tantos outros grupos que fervilhavam em São Paulo com propostas especificas e diferenciadas.
         Em 82, o grupo arrecadou o que tinha e bancaram o álbum “Vapor Barato”, gravado no Estúdio Eldorado, SP.

         O álbum traz um repertorio próprio além de um versão de “Nobody Loves You” do John Lennon, que virou o samba canção  “Ninguem Te Ama”.  O Vapor Barato fazia musica popular brasileira, influenciado pelas modernidades do seu tempo e com um olho nas raízes da musica. Assim, há momentos que o som do Vapor soa experimental, passa por um baião, vira samba canção e eclode num serialismo.
         Tive o prazer de fazer a foto da capa e da contracapa do álbum e de colaborar com letras em duas canções.
      
   Havia naquele momento certamente o aroma da contracultura na atmosfera. Álbum independente, caras cabeludos, vida comunitária, contracapa escrita à mão, o diagrama do I-Ching na capa, signos e mais signos envoltos por uma musicalidade original e pontual.
         Curioso é que depois do álbum gravado certo estresse surgiu dentro do grupo e ele se extinguiu. Jamais tocaram após a gravação e o lançamento do álbum. O grupo fez uma história e se tornou ela.
         Escute aqui algumas das canções do grupo.
         Devido o som original ser de vinil passado para o digital se perdeu um pouco a qualidade sonora. Leve em conta.

“Vapor” (Monica/Eduardo Montagnari)
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“Blitz” (Paul Constantinides/Ney Marques/Eduardo Montagnari)

“Cabelos Compridos”(Eduardo Montagnari)/ “Lamento Muito” (Paul Constantinides/Eduardo Montagnari/Ney Marques)

"Ninguem Te Ama" (John Lennon)/Vapor Barato

"Um Baião" (Ney Marques)/"Só" (Ricardo Wucker) /"Pra Lá da Canção" (Eduardo Montagnari)/"Mal da Idade"(Eduardo Montagnari/Beto Pizzi)

Um comentário:

Unknown disse...

Bom dia!!! é dificil encontrar esse lp? e qual o preço dele. obrigado
Ronaldo