15/08/2009

TRÊS GUITARRAS DO BRASIL

Um Tributo a Les Paul
(1915-2009)


LES PAUL
Lester William Polfus, guitarrista, compositor e inventor norte Americano. Aprendeu a tocar gaita aos oito anos de idade e depois já partiu pro banjo e violão. Aos 13 anos de idade tocava numa banda country.Les Paul gravou seu primeiro disco em 36 usando o nome artistico de Rhubarb Red.Sempre envolvido com a musica e tocando sozinho ou em bandas; Les Paul tinha um espirito inventivo e extremamente interessado em novas tecnologias.Em 1941, ele convenceu-se de que havia um modo mais eficiente e simples de eletrificar o violão do que pluga-lo ao microfone ou alto-falante.Ele apareceu uma noite num bar para apresentar sua invenção e todos riram. Tratava-se de uma prancha maciça de madeira grosseira e retangular com dimensão aproximada a 30x70 cm. Na prancha seis cordas metalicas estiradas e um conector eletrico que passava o som deste instrumento a caixa sonora.
Mas Les Paul não desistiu e no mesmo ano voltaria ao bar com o mesmo invento, ao menos no conceito, mas já nas conformações do que seria a guitarra elétrica.Na epoca, a Gibson Guitars fabricou sua guitarra mas não assinou seu nome no produto.
Depois do sucesso da guitarra elétrica a marca Gibson Les Paul é sinonimo, até hoje, de grande qualidade.
Les Paul faleceu esta semana aos 94 anos de idade.
Como tributo ao inventor da guitarra elétrica eu apresento hoje no Musa três grandes guitarristas brasileiros que em muito contribuiram para a musica brasileira e que se beneficiaram na mesma proporção com o invento de Les Paul.



SÉRGIO DIAS
Sérgio Dias Baptista
(Sao Paulo,1951) é guitarrista e compositor. Aprendeu a tocar violão no início da adoslecência e obstinadamente aos 13 anos já dava aulas de violão e abandora a escola. Com seu irmão Arnaldo Baptista e uma amiga que vivia na vizinhança, Rita Lee, formou a banda que se tornou nos fim dos anos 60 um elemento fundamental do canção moderna brasileira, Os Mutantes; que entre outras coisas foi uma das bandas responsáveis a introduzir a guitarra elétrica na musica brasileira.
Quando Rita Lee abandonou a banda em 1972, Sérgio ainda manteve Os Mutantes até 1978. Depois viveu alguns anos na Europa e Estados Unidos e chegou a tocar com Eric Burdon e John McLaughin. No Brasil colaborou em discos de Caetano Veloso e Gilberto Gil e desde que lançou o seu primeiro disco solo em 1980 (Sergio Dias) já lançou outros quatro discos (Mato Grosso/1990, Mind Over Matter/1991, Song of the Leopard/1997, Estação da Luz/2000 e Jazz Mania Leve/2007).
Seu trabalho solo
trafega entre o rock progressivo e o jazz trazendo sempre referências de ritmos populares como o samba, o frevo, o reggae e o funk.
Sua habilidade e técnica com a guitarra são imprescendíveis e confere a ele a aura de um grande guitarrista. Seus solos impecáveis surfam em suas musicas melódicas dando ao ouvinte o prazer de ouvi-las manipuladas pela energia que a guitarra, tão bem tocada por Serginho Dias, nos leva e nos releva.
Atualmente Sergio Dias mantem um studio de musica em São Paulo.


Sergio Dias/Brazilian New Wave


Sergio Dias/Corações de Carnaval


Sergio Dias/Cromática


PEPEU GOMES
Pedro Anibal de Oliveira Gomes (Salvador, 1952), o Pepeu, guitarrista e compositor. Aprendeu a tocar violão na adolescência influênciado pelos ritmos africanizados e pelo rock. Aos onze anos de idade montou uma banda chamada “Los Gatos” e depois outra chamada “Os Minos”.
Mas foi em 1970 que tocando nos “Leifs” que seus caminhos cruzaram com “Os Novos Baianos” e sua guitarra punjante entrou para a históia da MPB.
Se por um lado a guitarra de Sergio Dias colaborou para a fermentação da musica urbana no sul do Brasil, a guitarra de Pepeu Gomes, no mesmo periodo, trouxe a punjanca e o vigor das batidas africanas nas cordas de sua guitarra.
Depois do fim dos Novos Baianos em 1978, Pepeu Gomes seguiu carreira solo, lançando um belo disco instrumental “Geração do Som” e faz turne internacional com este trabalho chegando a tocar em festivais de Jazz como o de Mountreaux.
Nos anos 80 dedicou-se a fazer musica popular com letras e junto com sua esposa, a cantora Baby Consuelo fizeram bastante sucesso. Nos anos 90 voltou-se a equilibrar entre o instrumental e o pop.
Tem 13 discos gravados e já recebeu o comentário da respeitada revista americana, Guitar World, de se tratar de um dos dez melhores guitarristas na categoria “World Music”.
A guitarra de Pepeu Gomes tem a tenacidade e a clareza que conduz os ritmos das musicas com tanta convicção que dá a ela, a música, a capacidade de ser plena e total.
Quando escuto Santana, não consigo deixar de pensar em Pepeu Gomes, vejo nestes dois guitarristas semelhanças imprecendíveis. A musica de Pepeu, quando se trata de sua guitarra, é extremamente brilhante.

Pepeu Gomes/Saudação Nagô

Pepeu Gomes/Fissura

Pepeu Gomes/Malacaxeta


ROBERTINHO DO RECIFE
Roberto Dantas (Recife, 1965) guitarrista e compositor. Aprendeu a tocar violão e guitarra elétrica na adolescência. Estudou musica sacra por um periodo em que esteve num seminário. Acompanhou diversos musicos de diversos estilos desde Jerry Adriani a Hermeto Paschoal.
A guitarra de Robertinho é inconfundivel. Tem uma reverberação interessante que sempre traz a força rompante do rock e ao mesmo tempo a intemperança da criatividade e o sentido do infinito.
Seu primeiro disco solo “Jardim da Infância” alia xaxado, maracatu, frevo e rock. A guitarra de Robertinho não tem fronteiras. Seu solos são inesqueciveis, como em o “Encantador de Serpentes” canção que fez com Jorge Mautner e apresentou com bastante sucesso no Festival de MPB SHELL 81.
Robertinho se faz relevante nos arranjos e participações que fez em trabalhos de diversos musicos, cantores e cantoras. Destaca-se o trabalho que fez com os musicos nordestinos, como com Zé Ramalho, Elba Ramalho, Fagner, Ednardo, Amelinha, etc.
Robertinho tem oito discos gravados ( Jardim de Infancia/1977; Robertinho no Passo/1978); E Agora pra Voces Swingues Tropicais/1979); “Satisfacao/1981), “Robertinho do Recife e Emilinha/1982), Ah, Robertinho do Mundo/1983; Metal Mania/1984 e Rapsodia Rock/1990) e em todos a marca registrada do swing tropical com a enchertos de rock e musica sinfonica traduzida na precisao e na musicalidade rompante de sua guitarra.

Robertinho do Recife/Papo de Guitarrista

Robertinho do Recife/Mundos dos Sonhos


Robertinho do Recife/Loucos Swingues Tropicais

Um comentário:

Anônimo disse...

Paul, arrazou , belissima materia hein! Eu tive o prazer de trabalhar com o Robertinho De Recife e com a Filha dele Roberta de recife ...muito bom.


Diogo