24/03/2010

Antonio Adolfo e Carol Saboya

" Lá e Cá/Here and There”
Antonio Adolfo e Carol Saboya (2010)

Antonio radicado nos Estados Unidos
Carol no Brasil
A musica de Lá e Cá numa alquimia de arranjos sucintos.

Antonio Adolfo e Carol Saboya estão lançando o seu novo álbum “Lá e Cá/Here and There”.
O disco traz de cara uma grata surpresa, uma explosáo jazzística de Antonio Adolfo que se traduz em arranjos precisos e preciosos, misturando jazz e ritmos brasileiros. Não que isto seja novidade em seu trabalho, mas acontece neste disco como se fosse.
Com seu piano refinado e requintado quarteto (Leo Amuedo, guitarra/ Jorge Helder, baixo/Rafael Barata, bateria / Sergio Trombone, trombone) criou-se o ambiente propício para a voz da “crooner” Carol Saboya desfiar impecavelmente jazzes, sambas e bossas com terna tenacidade, suavidade concisa.
Ouve-se “Lá e Cá/Here and There”como se fosse uma apresentação num pocket bar, há um ar intimista prazeroso. Há surpresas agradáveis como a inédita “Minor Chord” (Antonio Adolfo), versões magistrais de Cole Porter (Easy to Love, So In Love e Every Time We Say Good Bye) de Dizzy Gillespi (A Night in Tunisia) e Thelonious Monk (Round Midnigth). Entremeando toda esta musicalidade a voz tranqüila e absorvente de Carol.
Um belo momento do jazz brasileiro, cheio de frescor e criatividade : “Lá e Cá/Here and There”

É digno de nota a participação de Alex Moreira (BossaCucaNova) na mixagem e engenharia de gravação.
Segue abaixo texto de Antonio Adolfo falando sobre este novo álbum e de cada faixa do album.
E ainda, escute duas cançãoes de “Lá e Cá/Here and There”.

PS: Maiores informações sobre AA e seu novo album : www.antonioadolfo.com/

“Nosso novo CD, Lá e Cá/Here and There, vem como uma continuação do Antonio Adolfo e Carol Saboya AoVivo/Live, lançado em 2007 e que foi bem recebido pela crítica. Em 2009, após uma apresentação nossa com quarteto, na Série Jazz Impressions (produzida pela South Florida Jazz, no Alfred Miniaci Performing Arts Center), Carol e eu tivemos a ideia de gravar algo semelhante, usando um repertório baseado naquele show. Durante minha ida ao Rio, em dezembro de 2009, fomos, então, para um estúdio e gravamos Lá e Cá com participação de alguns dos mais criativos músicos brasileiros, e aconteceu como se fosse numa gravação ao vivo. Acho que essa é a melhor maneira de tocar (e cantar), e foi o que fizemos em Lá e Cá.

1. Cascavel foi composta por mim em 1974. Tem sido tocada e gravada por diferentes músicos.

2. All the Things You Are é uma música maravilhosa, que gosto de utilizar como exemplo sobre como podemos frasear de forma brasileira numa canção pop norte-americana. Essa música apresenta uma riquíssima combinação de harmonia e melodia e pode soar bem brasileira se a gente usar elementos de fraseado típico. Tem inspirado compositores brasileiros ao ponto de criarem melodias baseadas em harmonia bem semelhante. É o caso de “Amazon River” (Dori Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro), que citei durante o meu solo.

3. Minor Chord (Acorde Menor) é uma das músicas mais recentes – criada há um ano, mais ou menos – e apresenta uma curiosidade, que é ter sido composta utilizando-se somente acordes menores. Eu nunca havia feito música só com acordes menores. E, como dá pra notar, o “acorde menor” não é, necessariamente, acorde triste e nem, tampouco, uma música soa triste por usar somente acordes desse tipo.

4. A Night in Tunisia – Desde os meus primeiros contatos com o Jazz, quando ainda tinha 17 anos, essa música me chamou muita a atenção, talvez pela sua combinação de Jazz com Afro-cubano, que o genial instrumentista e compositor Dizzy Gillespie conseguiu.

5.Time After Time – A gravação de Chet Baker para essa música me cativou – a mim e a muitos instrumentistas, cantores e compositores brasileiros – nos anos 50/60. Pode-se afirmar que as interpretações desse músico genial (incluindo a de “Time After Time”) influenciaram uma geração inteira de músicos no Rio e no Brasil que, naquela época, estavam criando a Bossa Nova.

6. Easy to Love – Cole Porter foi um dos compositores mais geniais de todos os tempos, admirado por outros não menos geniais, como Antonio Carlos Jobim. Eu também sou um super fã da música de Cole Porter. Nossa interpretação de “Easy To Love”, creio, relembra um pouco o som que fazíamos na época do Beco (”Beco das garrafas”), no Rio, onde músicos de Jazz e Bossa Nova se reuniam pra tocar e bater papo, lá pelo final dos anos 50 e início dos 60.

“Easy to Love”(Cole Porter)


7. Sabiá – No disco é a única canção brasileira que não é de minha autoria e a única interpretada com letra em português, música feita pela dupla de gênios que dispensam qualquer apresentação (Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollanda). “Sabiá” mostra que a beleza da música brasileira não tem limites.

“Sábia” (Chico Buarque/Antonio Jobim)



8. Lullaby of Birdland, composta pelo grande pianista/compositor George Shearing, um gênio do Jazz, que criou, ao piano, o estilo George Shearing. No disco, combinamos essa música com o choro “Garoto”. Essa combinação faz lembrar o som das gafieiras, com sua sonoridade própria, onde o trombone representa um papel importantíssimo.

9. So in Love – novamente Cole Porter, com a Carol fraseando de forma bem brasileira, como fez também nas outras canções. A combinação de melodia e harmonia faz lembrar, em algum momento, a música de Jobim.

10. ’Round Midnight –composta por um outro gênio do piano, Mr. Thelonious Monk, é uma das mais lindas baladas que já ouvi ou toquei. Fiquei ainda mais apaixonado por essa música depois de assistir ao filme do mesmo nome.

11. Every Time We Say Goodbye/Nuvens Douradas – Duas melodias apaixonadas e apaixonantes que, combinadas com suas belas harmonias, permitiram-me criar um arranjo bem delicado.

12. Toada Jazz (O Retirante)/Night and Day – “O Retirante” (título original da canção que tem letra de Tibério Gaspar), foi uma das primeiras músicas que compus e encerra o disco com uma interpretação instrumental do quarteto, Na época, ouvia muito Bill Evans – um outro gênio do piano e do Jazz. Talvez os acordes que ele usou em uma das suas composições, “My Bells”, tenham me influnciado ao compor essa minha música. No disco combinei “O Retirante” com uma outra maravilhosa do Cole Porter, “Night And Day”.

7 comentários:

Érico Cordeiro disse...

Maravilha, Mr. Paul!
De volta ao jazz, em ótimo estilo!
E desde os heróicos tempos do Trio 3-D o Antônio Adolfo vem nos encantando com sua música. Que ótima notícia!
Espero que esse disco saia logo por estas bandas!

Paul Constantinides disse...

falou Erico.
o AA esta demais neste Cd e a Carol tbm.
obrigado pelo comentário.
abs
paul

Paul Constantinides disse...

ah sobre adquirir o Cd, veja no link que há neste meu blog..SaladeSom, vai colocar o Cd lá para venda.
abs
paul

Anônimo disse...

Arrazou Paul, como sempre!
abs.
Diogo

pituco disse...

paul,

piramidal...que sonzação,aliás não poderia ser de outra forma,não é verdade?...quem sabe faz (quase) ao vivo...e o resultado é esse clima bacanudo...uma delícia de se ouvir.

valeô a postagem e parabéns ao sr.antonio adolfo e a galera toda...que venham mais e mais, porque a música merece.

abraçsons

Anônimo disse...

Paul
Adorei as musicas deste novo Cd do Antonio Adolfo e da Carol Saboya.
Muito sugestivo e bonito o titulo.
Parabens.
Adriana

Paul Constantinides disse...

Diogo o disco do AA e Carol esta bom mesmo..um super arrazo.

Pituco o nivel da gravação deste Cd é demais..flui gostoso mesmo..não dá para parar de escutar.
Vc tem razão. Obrigado pelo comentário.

Adriana
Cá e Lá ; Here and There
nome bonito e album marcante.
abs

paul