o sopro do rock num determinado ponto do América, num claro instante....
RAUL SEIXAS
“KRIG-HA-BANDOLO!”(1973)
" Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado"
O cantor e compositor baiano Raul Seixas (1945-1989) em 72, depois da experiência criativa com Sergio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star na Gra-Ordem Kavernista, partiu para um trabalho solo que iria transforma-lo num icone ligado ao rock e a contracultura brasileira.
O álbum “Krig-há-bandolo” traz fortes elementos da cultura popular e da cultura pop (o titulo é uma referência ao grito de Tarzan nas HQ dos anos 50), aliado a referências místicas, esotéricas e hippies. No caldeirão, ou baú, do Raul havia um fundamento roqueiro imerso numa perspectiva ampla e luminosa.
Este disco marca o início da parceria de Raul com Paulo Coelho que neste disco traz da dupla : “As Minas do Rei Salomao”, “A Hora do Trem Passar”, “Al Capone”, “Rockxixe” e “Cachorro Urubu”.
O grande sucesso do álbum foi “Ouro de Tolo”uma musica que critica o sonho consumista da classe média ao mesmo tempo em que fala de disco voadores. Foi um hino do incorformismo dos anos 70. Uma genuína balada pop brasileira.
“Mosca na Sopa” é outro grande sucesso deste álbum e demonstra claramente a capacidade elástica da musica brasileira em mixar ritmos estrangeiros com nacionais, aqui vemos o rock enveredado numa roda de umbanda.
O grito primal de Raul na orelha dos anos 70.
“Mosca na Sopa”(Raul Seixas)
“Metamorfose Ambulante”(Raul Seixas)
“Ouro de Tolo”(Raul Seixas)
SÉRGIO SAMPAIO
“EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA”(1973)
Sergio Sampaio (1945-1994) em 73 lança o seu primeiro álbum depois do estrondoso sucesso no FIC de 72. O álbum “Eu Quero È Botar Meu Bloco na Rua” funcionou como um anticlimax para o entendimento da mídia da época que esperava encontrar em cada faixa do álbum um novo sucesso como “Eu Quero ...”. Mas a poética musical de Sérgio Sampaio revelava uma face em “Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua” que não é de todo a sua fúria modernista, a sua acidez crítica e o seu bolerismo irretocado.
A musica de Sérgio Sampaio, valorosa, não ganhou os ouvidos da massa mas deixaram forte registro no período em que foram criadas de seu tempo.
Sérgio Sampaio . O tormento e a alegria de um momento louco, lírico e poético de 1973.
Regado a vinho, rock e bolero.
“ Lero, Leros e Boleros”(Sergio Sampaio)
“Labirintos Negros” (Sergio Sampaio)
“Eu Quero E Botar Meu Bloco na Rua” (Sergio Sampaio)
SOM IMAGINARIO
“A MATANÇA DOS PORCOS” (1973)
O Som Imaginário, banda mineira criada em torno da musicalidade de Milton Nascimento e Clube da Esquina. Assim; sendo uma espécie do que foi Novos Baianos para o Tropicalismo; o Som Imaginário foi o expoente musical criativo daquele momento da musica brasileira feita em Minas Gerais. Obviamente que como toda a musica feita com matizes diversas que mesclam ritmos locais com estrangeiros expande facilmente suas fronteiras geográficas.
O Som Imaginário em 1973 gravou o seu terceiro e ultimo álbum: “A Matança dos Porcos”.
Neste álbum o tecladista Wagner Tiso faz os arranjos musicais. O núcleo da banda fica em torno de Wagner Tiso (teclados), Tavito (guitarra), Robertinho Silva (bateria) e Luis Alves (b aixo).
Ainda assim, houve neste álbum participações de antigos integrantes como Fredera (violão) e Zé Rodrix (flauta). Traz a participação de Milton Nascimento, Golden Boys e Danilo Caymmi.
Em “A Matança dos Porcos” a influência do rock progessivo é patente. O som do Som Imaginário em alguns momentos assemelha-se a sonoridade que o Pink Floyd, por exemplo, fazia naquela época. Porém o disco mantém-se original. É um álbum praticamente instrumental que traz uma profusão de jazz, rock, psicoldelismo e ritmos regionais com maestria.
O Som Imaginário era um grupo de feras, como se dizia, antigamente, a respeito de grandes músicos.
Armina – Som Imaginário – (Wagner Tiso)
A Nº 2 – Som Imaginário – (Wagner Tiso)
Mar Azul – Som Imaginário – (Wagner Tiso & Luiz Alves)
SECOS E MOLHADOS
"SECOS E MOLHADOS" (1973)
O disco de estréia da banda “Secos e Molhados” traz arranjos conectados com o rock e com alguns ritmos folclóricos. Traz a veia poética de João Ricardo, a sutilidade elétrica mesclada ao acústico e a voz feminine de Ney Matogrosso. Este conjunto de talentos, fatos e fatores se traduziram num disco forte e vibrante, que ainda hoje traz intacto o frescor do momento em que foi criado. Início dos anos 70, exatamente : 1973.
O Brasil emerso do Tropicalismo, da Jovem Guarda, da musica de protesto e de outras bossas transmutava-se em MPB imerso na gama radioativa de rocks e pops ocidentais.
João Ricardo, Ney Matogrosso e Gerson Conrad fizeram em 73 a musica que traduzia muito do que acontecia naquele momento.
O disco foi um grande sucesso de vendas e “Sangue Latino” (João Ricardo/Paulo Mendonça) foi uma das músicas mais executadas naquele ano.
“Sangue Latino” (Joao Ricardo/Paulo Mendonça)
“Primavera nos Dentes” (Joao Ricardo / Joao Apolinario)
“Fala” (Joao Ricardo / Joao Apolinario)
4 comentários:
Quatro discos fabulosos, dignos de se levar para uma ilha deserta.
Por todo o seu simbolismo, pela atitude contestadora em plena ditadura militar e pela estupenda presença de palco, Rauzito e os Secos e Molhados são figuras indispensáveis em nossa música!
Mas Sérgio Sampaio é adorável.
Mr. Paul, obrigado, de novo!
Eu quero é botar meu bloco na rua, brincar, botar pra gemer...
grande érico, vc tem razão.
obrigado pelo comentário.
vamos botar nossos blocos na rua...
abs
paul
discos emblemáticos, goste-se ou não do estilo...não é verdade, paul?
agora...corcel...quem se lembra?...nem mesmo eu recordo-me do designer...rsrsrs
abraçsons
ps...'sangue latino' e 'eu quero botar meu bloco...' eu canto vez ou outra...coincidÊncia.
é isto ai pituco.
valeu o comentário amigo.
abs
paul
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